Compositor: Roberto Musso
Eu vivo num povo apodrecido
Onde tudo está apodrecido
e vou de noite, sempre no escuro
caminhando entre o lixo
Não vou chegar muito longe
Em um ônibus cheio de velhos
Por que me assaltam com um "cano" (arma)
Delinquentes de doze anos
Assim quero estar
Os sapatos se molham
pisando nos ladrilhos frouxos
e a rua não me dá trégua
esquivando bosta de égua
E aos "chorros" tanto faz
se é fácil comprar a autoridade
e quando em casa busco abrigo
tenho que entrar chutando mendigos
Assim quero estar
Aqui já não há nada para fazer
O que ficou é por que não se foi
e na esquina há fedor
Se não faz frio, faz calor
Segunda de noite não há onde ir
Igual, para que sair
Se os vizinhos me pegam
Se não lhes dou dinheiro para o vinho
E se me pergunta algum apodrecido
"Por que não vai embora deste povo apodrecido?"
Lhe digo "Não faça eu ficar violento
e escute o que estou dizendo!"
Assim quero estar